Recorda Sempre
RECORDA SEMPRE
Se o trabalho te convoca a servir irmãos que julgas ociosos ou indiferentes, recorda que a natureza diariamente disponibiliza os seus preciosos recursos indistintamente para todos, sem questionar méritos ou deméritos.
Se a vileza alheia te convida a fugir das baixezas humanas, recorda que se a água negasse a se infiltrar na impureza, a higiene não seria possível no planeta.
Se, ante a primeira dificuldade, pensas em abandonar a luta, recorda que se a tenra semente desistisse de enfrentar a dureza do solo, não se ergueria vitoriosa para a vida.
Se menosprezas o ofício dos pequenos trabalhadores, recorda que sem o esforço de seres microscópicos no seio da natureza, a vida não se sustentaria na Terra.
Se te apressas a condenar as atitudes dos demais e a julgar a improbidade alheia, recorda que o amor divino te tolera diariamente os desmandos do egoísmo, sem que percebas as graves conseqüências de teus atos.
Se foges, enojado, ante a miséria humana, recorda que o lírio não se ergueria para a luz, vestido de pompas, se menosprezasse o charco que o sustenta.
Se renegas a dor que te educa, recorda que a gema tolera o atrito do buril para que resplandeça em beleza de inigualável valor.
Se te indignas ante as vicissitudes da vida, lembra que se o solo negasse o trabalho do arado que o fere não estaria preparado para receber a semente e prodigalizar a abundância da colheita.
Se o estudo te enfada, entediando-te as horas, não olvides que o sábio, como tu, começou por aprender também as primeiras letras e apenas não se deteve onde teimas em estacionar a tua indolência.
Se a glória da perfeição te parece inatingível, recorda que toda construção é obra dos milênios, desde que a perseverança não se deixe abater pelo desalento.
Se te julgas fraco, incapaz de sustentar a tua própria caminhada, recorda que uma miríade de frágeis vidas inferiores sustentam-te a organização física e mundos e galáxias se apóiam nas mais ínfimas ligações entre os seus reduzidíssimos átomos.
Se, ante a morte, depositas todos os teus sonhos e as mais belas aspirações, recorda que a natureza aproveita os mais inclementes invernos para fazer renovar a vida e todos os seus valores na prodigalidade da primavera.
Se permites que as grandes tormentas do destino devastem também os teus mais santos propósitos, lembra que se a tempestade semeia desordens e ruínas em sua passagem, ela deixa, atrás de seus agitados passos, a bonança, dissolvendo-se na paz produtiva que reconstrói a vida em nível melhorado.
Por isso irmão, recorda sempre que, ante o dissabor da dificuldade, as agruras do destino, a inclemência do trabalho, a vileza humana, o sufrágio da dor, o buril da evolução e a destruição que parecem imperar na vida, o Senhor está cuidando de fazer-nos crescer, proporcionando-nos o mais rápido reencontro com o amor e a perfeição absolutos.
Um amigo de todos
Médium: Gilson Freire
Grupo da Fraternidade Espírita Irmão Vítor
Belo Horizonte, 20 de dezembro de 2005